Pesquisa: a infodemia e os impactos na vida digital

Estudo da Kaspersky aponta que 3 em 4 latinos sentem-se saturados de informações nos últimos 12 meses. Dar ao cérebro a chance de digerir as notícias e desconectar podem ser os remédios para essa infodemia.

Introdução

Além dos temas envolvendo a pandemia do Covid-19, como higiene das mãos, distanciamento social e vacinação, outro assunto ganhou destaque: a infodemia, uma mistura de “informação” e “epidemia”. O termo não é novo, foi usado pela primeira vez em 2003 pelo jornalista e cientista político David Rothkopf em sua coluna do Washington Post sobre SARS. Porém seu uso foi renovado e se popularizou.

A infodemia se refere a uma disseminação rápida e amplo alcance de informações precisas e imprecisas sobre um determinado assunto. À medida que fatos, rumores e medos se misturam e se espalham, torna-se difícil compreender até mesmo as informações mais simples sobre o tema. No contexto da SARS e do Covid-19, esse fenômeno tornou o combate à crise sanitária mais difícil de controlar e conter. As consequências da infodemia foram vistas também na economia nacional e internacional e na política – mas que outras áreas da nossa vida foram afetadas?

Isso já afeta nossa segurança online? Algumas evidências nos fazem pensar que sim, como o uso massivo de software pirateado e senhas fracas e os comportamentos das pessoas da América Latina, como aprovar permissões de acesso para um novo programa sem revisá-las ou desativar a proteção do telefone celular para poder baixar um novo aplicativo.

Com esta pesquisa, queremos explorar os efeitos que a infodemia teve sobre os internautas da América Latina em relação à sua saúde mental e emocional, capacidade de tomar decisões com base em informações, reconhecer notícias falsas e adotar hábitos de segurança online para proteger sua identidade / privacidade.

Metodologia

O estudo foi realizado de forma online pela CORPA entre fevereiro e março de 2021. A pesquisa foi desenvolvida com usuários de dispositivos móveis (smartphones e tablets) de seis países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

Foram entrevistadas 2358 pessoas entre 25 e 65 anos de idade. A amostra foi distribuída em proporções semelhantes entre homens e mulheres e entre grupos etários (20 a 35 anos, 36 a 50 anos e 51 a 65 anos).

Os dados foram revisados para serem regionalmente representativos e consistentes.

Nem todos os resultados da pesquisa foram incluídos neste relatório executivo. Para mais informações, entre em contato com a Kaspersky.

Principais conclusões do estudo

CONSUMO DE NOTÍCIAS

  • Brasil é o país que consome mais notícias e o México, menos.
  • As principais fontes de informações são as redes sociais e telejornais.
  • No Brasil é onde a imprensa mais ajudou a tomar decisões e, na Argentina, onde menos.
  • O Chile foi onde a imprensa mais ajudou os cidadãos a encontrar informações sobre os benefícios sociais – e na Argentina onde menos.
  • O Brasil é onde a mídia mais ajudou as pessoas a saber sobre o funcionamento dos serviços e a Colômbia onde menos.

NOTICIÁRIO SOBRE A COVID 19

  • O Chile é o país onde mais afirmaram ter diminuído o consumo de notícias e o Brasil onde menos diminuíram.
  • Os motivos mais citados em todos os países para isso foram “estresse”, “sensação de pessimismo” e “depressão”.
  • A maioria dos pesquisados sentiram-se saturados pelo excesso de informação, sendo a Colômbia onde isso mais ocorreu e o México onde menos.
  • Os temas que mais saturaram as pessoas nos países pesquisados foram a contagem de infecções/mortes da Covid-19, as notícias sobre prevenção do vírus (exceto no Chile) e os noticiários locais.

INFORMAÇÃO FALSA

  • Uma parte importante dos pesquisados não sabe a origem do vírus.
  • Um número significativo dos entrevistados acha que o vírus foi criado em laboratório.
  • A maioria não sabe o que é Deepfake, sendo a Colômbia onde mais se sabe sobre o tema e o Peru onde menos.
  • No Chile, México e Argentina, a maioria baixa as informações ao compartilhar uma notícia falsa.

CIBERSEGURANÇA E O COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES

  • A maioria das pessoas está preocupada com a sua segurança online, sendo os peruanos os mais preocupados e as argentinos os menos.
  • Em todos os países pesquisados, os temas de segurança online mais relevantes são a proteção do dispositivo, a proteção de aplicativos/softwares e a segurança de redes sociais.
  • Em quatro dos países pesquisados, o excesso de notícias não teve impacto sobre o desempenho no trabalho. Porém, nos outros dois as respostas mostraram que as pessoas passaram a dedicar mais tempo ao trabalho como um meio de escape.

INFORMAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO

  • Exceto no Brasil, a maioria das pessoas compartilham notícias com os colegas de trabalho.
  • Entre aqueles com afirmaram compartilhar notícia no ambiente de trabalho, o fazem um ou dois dias por semana. No Brasil é onde a maioria das pessoas que compartilham notícias no trabalho o fazem todos os dias e o México onde menos.
  • Links de sites é o formato em que as notícias são mais compartilhadas na maioria dos países.
  • Aplicativos como WhatsApp são os mais usados em todos os países para compartilhar notícia.
  • A maioria afirma ainda usar os dispositivos corporativos para acessar e compartilhar notícias.
  • A maioria afirma não baixar aplicativos ou software em dispositivos corporativos.

Conclusões

O estudo “a infodemia e os impactos na vida digital” reforça o papel das redes sociais como meio de comunicação e fonte de informação, especialmente o WhatsApp. Por outro lado, a capacidade do internauta em reconhecer notícias verdadeiras e falsas e conteúdos digitalmente alterados preocupam os especialistas de segurança da Kaspersky. Por outro lado, os resultados mostram também como as redes sociais foram essenciais para garantir o acesso às informações para o combate a pandemia.

Já os resultados sobre segurança digital surpreenderam. Apesar de muitos latino-americanos afirmarem estar saturados com o excesso de informações, muito deles se interessaram mais sobre proteção de dados durante a migração para o trabalho em casa – infelizmente a Argentina parece como uma exceção nisso. Apesar da boa notícia, comportamentos digitais inseguros mostram o quanto esses internautas podem estar expostos a golpes online ao usar as credenciais das redes sociais em serviços online e ao armazenar suas credenciais com uma captura de tela.

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