Tecnologia

As oportunidades por trás do mundo selvagem das criptomoedas

Criptomoedas são as carteiras do futuro, não só para consumidores, mas também para os investidores. Mas como lançar uma criptomoeda de sucesso e ao mesmo tempo manter sua empresa segura contra os riscos de um ciberataque?

Arte por

Paul Sizer

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Criptomoedas têm sido um assunto frequente na mídia. E nem sempre de maneira positiva. Mas, graças a essa grande exposição, elas estão começando a ser entendidas pelo grande público e, com isso, empresários e consumidores estão aprendendo a usar essas novas moedas e explorar seu potencial. Isso representa uma fantástica oportunidade para empreendedores, pioneiros e aqueles que souberem entender o cenário rapidamente para liderar o surgimento de uma nova indústria.

Explorando as minas de cripto

Primeiro, vamos analisar o “hype” das criptomoedas. Em 2010, duas pessoas compraram duas pizzas por 10 mil bitcoins. Avançamos rapidamente para 2017, quando essas mesmas 10 mil unidades conseguiriam alimentar uma cidade inteira com quantas pizzas quisessem por vários meses. Sim, é isso mesmo, já que naquela época o valor estimado de 10 mil bitcoins era de US $100 milhões. Hoje, nós já não vemos esse tipo de crescimento exponencial das criptomoedas; de fato, o valor do bitcoin vem caindo desde seu pico em 2017, mas ainda existe uma mina de ouro inexplorada nas criptomoedas.

Existem centenas, até milhares de criptomoedas. A bitcoin é apenas a mais famosa delas e o panorama geral é praticamente tão selvagem quanto era o Velho Oeste. Existem muitas roubadas e armadilhas, mas entre todas as opções existem também algumas que terão sucesso e crescerão rapidamente para se tornar “a próxima bitcoin”. E esse é apenas o começo da história dessa nova economia.

Criptomoedas estão se tornando “mainstream”, com grandes varejistas como Microsoft e Subway começando a aceitar pagamentos em bitcoin. Em pesquisa recente da Kaspersky, descobrimos que 19% dos nossos consumidores já usaram algum tipo de criptomoedas para fazer um pagamento. Essa tem sido uma grande tendência na Ásia, o continente das criptos, e está começando a crescer na América do Norte e na Europa também.

Mas alguns países já começaram a fechar as portas para essa inovação. Criptomoedas foram banidas na Índia, por exemplo, onde o governo afirma que elas são um risco para a estabilidade financeira do país. Isso porque as criptomoedas têm menos regulação, com menos potencial para serem reguladas no futuro e, com isso, existe um medo por serem menos tangíveis em comparação a outras commodities, como ouro e prata. Limitações como essa, impostas por diferentes governos ao redor do mundo, podem acabar eliminando muitos participantes do mercado.

“Davi contra Golias”: batalhando contra as instituições financeiras

Criptomoedas representam a próxima grande oportunidade em investimentos financeiros: investidores individuais e que gostam de assumir riscos estão aumentando um pouco o ritmo do mercado com essa oportunidade de alto rendimento para o seu portfólio. Instituições financeiras mais estabelecidas, que também procuram diversificar seus investimentos e estar a par das novas tendências, estão começando a investir em criptomoedas e estabelecendo um câmbio de criptomoedas também. Ou seja, as novas moedas digitais estão desafiando o status quo dos serviços financeiros, porque finalmente estão deixando as instituições tradicionais fora da liderança deste novo movimento. Séculos de conhecimento já não são garantia de sucesso, nem são aquilo que tem atraído a confiança dos investidores. Por isso existe uma oportunidade importante para que as startups possam competir e dar um salto para, quem sabe, ultrapassar a “velha guarda”.

Estamos entrando num mundo novo e ainda selvagem, onde tecnologias de segurança que requerem sistemas operacionais mais complexos e caros estão sendo substituídos por modelos de economia de blockchain: uma nova alternativa que protege e distribui dados, que serve para todo tipo de coisas, desde comprar uma casa, transportar medicamentos vitais ou até para autenticar seus objetos de luxo.

É possível desvendar esse mar de oportunidades nas inúmeras startups que estão lançando campanhas de crowdsourcing para investir em seus ICOs (“Initial Coin Offering“, em inglês) ou STOs (“secure token offering“), que são os lançamentos de criptomoedas para o mercado. Dentro do universo do blockchain, esses são processos muito mais rápidos e baratos do que uma tradicional IPO.

ICOs e STOs: quais são os riscos? 

Investidores veem ICOs e STOs como uma forma fácil de investir de um jeito diferente em um mercado mais ágil. Mas muitas pessoas superestimam o nível de proteção de seus fundos, por isso esse está longe de ser um investimento sem risco. A ausência de profissionais financeiros especializados e de soluções de cibersegurança de elite permitem que criminosos digitais usem dados públicos para descobrir que projetos estão arrecadando fundos e quais são os mais populares.

Para arrecadar fundos para um ICO ou STO, você precisa escrever um contrato simples, chamado de “smart contract”. É um formulário digital disponibilizado em um programa dentro da sua carteira digital que diz “se você está arrecadando fundos para esta pessoa, execute a função X ou Y”. Criminosos digitais geralmente procuram vulnerabilidades no código do smart contract para encontrar uma maneira de desviar fundos. Isso tem piorado a reputação e credibilidade das ICOs. Por isso, a comunidade financeira digital tem tratado de diminuir esses riscos e substituir esse processo pelas STO, que são as ofertas de tokens seguros. Cada campanha que surge a partir da arrecadação de tokens deve ser auditada por um fornecedor independente e respeitado para revisar o código fonte e garantir a segurança da operação daquela nova criptomoeda.

Exchange: o câmbio de criptos envolve grandes cifras, mas também grandes riscos

O exchange ou câmbio de criptomoedas é um grande negócio: o volume mensal de trocas que algumas das principais criptomoedas têm chega a somas nos valores de centenas de milhões de dólares. É uma tentação grande demais para que os criminosos deixem passar. Por isso, o exchange de criptomoedas tem sido alvo constante de ataques, com alguns deles tendo sucesso. Só na primeira metade de 2019, pelo menos 7 grandes ataques tiveram como resultado a perda de dezenas de milhões de dólares em cada um deles.

O exchange é, em geral, um alvo muito mais atraente que os sistemas de TI das empresas, que tendem a ceder apenas dados de consumidores ou dados confidenciais que precisam ser negociados na dark web para dar algum retorno em dinheiro aos criminosos. O histórico de vazamentos de dados nos maiores câmbios de criptomoedas mostra que o risco digital é muito maior para esse tipo de divisas do que para qualquer outro tipo de negócio, até mesmo aqueles ricos em dados, chegando a 51% de probabilidade de sofrer com ataques ou com phishing.

Como manter o seu negócio de criptomoedas seguro

Felizmente, as criptomoedas usam o sistema de blockchain, que é uma maneira muito confiável para manter dados imutáveis a partir do acesso distribuído, fazendo com que hackear esses dados seja extremamente complexo. A tecnologia de blockchain é geralmente o link mais forte da cadeia. Os mais fracos são todos os sistemas construídos em cima disso. Grandes vazamentos de dados na área das criptomoedas geralmente acontecem a partir de alguma fraqueza dentro da infraestrutura de TI das empresas e não a partir dos dados e serviços estabelecidos dentro da própria blockchain.

É comum que uma startup construa seus próprios sistemas de TI e finanças, mas com isso elas criam também uma enorme variedade de brechas para que os ataques penetrem. Para tornar seu sistema seguro, é importante focar as atenções naquilo que você constrói em cima da blockchain, como seu sistema de contas e de câmbio de moedas. Mesmo que o exchange de criptomoedas seja uma tecnologia recente, os problemas de segurança seguem sendo os mesmos que nos sistemas de TI mais antigos: cada negócio tem que se esforçar para deixar mais forte sua própria infraestrutura para que todos estejam bem protegidos se outros negócios com estruturas mais frágeis se juntarem à blockchain. Além disso, claro, é necessário se proteger contra o elo mais fraco: o humano, com funcionários e parceiros que possam involuntariamente permitir o acesso de hackers.

Investir em segurança de primeira é uma obrigação. Você deve pesquisar sobre as melhores opções especializadas em cibersegurança para seu exhange de criptomoedas. Outro fator importante é garantir também que você tenha uma segurança de qualidade no endpoint que esteja atribuído para lidar com os softwares e aplicativos de blockchain, assim você se mantém protegido contra possíveis ataques de malware e phishing.

É simples: proteja tudo. Esteja a par dos riscos elevados que esses novos serviços trazem, como os próprios aplicativos compartilhados e os smart contracts, que estão mais vulneráveis a serem explorados. Quanto mais seguro você se tornar, mais oportunidades você terá para fazer o negócio das criptomoedas crescer.

 

 

Segurança dedicada ao câmbio de criptomoedas

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Sobre os autores

Vitaly Mzokov is Head of Innovation Hub at Kaspersky where he helps nurture break-through projects by identifying new trends, scouting for best-in-class startups and building technological alliances with partners. He’s a business developer from a technical background and also an ice hockey fan and snowboarder.