Uma história sobre Facebook, músicas e fitas cassetes

Você considera o mundo das redes sociais? Pense com calma. Na verdade, as redes sociais ainda estão na infância. E a cada dia nós enfrentamos todos os problemas típicos de qualquer

Você considera o mundo das redes sociais? Pense com calma. Na verdade, as redes sociais ainda estão na infância. E a cada dia nós enfrentamos todos os problemas típicos de qualquer produto ou serviço que passa por um período infantil. Isto significa que, além de lidarmos com uma ferramenta complexa, o custo que se paga por um erro humano é muito alto, especialmente quando se trata de problemas de segurança. Confie em mim, eu sei ao que estou me referindo quando se trata de graves erros de segurança. Quando eu era criança, meu pai me contou uma dessas histórias interessantes sobre o assunto.

A violação
Era 1980, meu pai realizou uma despedida de solteiro, dias antes de se casar com a minha mãe. Ele convidou muitos amigos para o seu apartamento. A festa foi até altas horas, mas no dia seguinte ele descobriu que cerca de metade da sua preciosa coleção de música gravadas em fitas cassetes simplesmente desapareceu.

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Uma violação de segurança patética!

Naquela época a coleção do meu pai que tinha cerca de 600 álbuns valia uma fortuna. Era simplesmente impossível recuperá-los. Além dos custos financeiros, se tratava também de um investimento enorme de tempo e esforço.

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Se meu pai quisesse escutar um álbum de uma banda estrangeira, deveria levar seu gravador de 25 kg para uma cidade próxima, encontrar pessoas especiais que negociam gravações estrangeiras, geralmente contrabandeadas para o país por marinheiros tiveram a sorte de ter a possibilidade de viajar para o exterior. A música estrangeira não era estritamente proibida por lei, mas escutá-la era mal visto. Então você tinha para fazer arranjos. Conhecer novas pessoas, obter a confiança delas. Passar alguns dias piratariando registros. Uma vez realizado tudo isso, voltar para casa com todo o equipamento para poder escutar um pouco de Deep Purple, ZZ Top e Queen.

A evolução

Apesar do “incidente” da despedida de solteiro, o casamento em si foi ótimo, e algum tempo depois eu nasci. Não é à toa que eu gosto muito de música, também. No meu tempo de juventude, a música tornou-se mais fácil de se obter, ainda que, se comaramos com a atualidade, ainda era bastante difícil. Na minha época já havia começado a aparecer fitas cassete. Depois vieram os CDs, seguido de MP3s.

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O tempo passou e tudo começou a melhorar: iTunes, Google Play Music, Spotify e Pandora, HDtracks, etc. Graças a toas estas plataformas já não existem limitações para que os amantes da música possam descobrir algo novo e inspirador. Não mais gravadores pesados ​.

Aí entra em jogo as redes sociais. Qual o meu ponto de vista? Qualquer nova tecnologia é muito complicada quando surge e vai se tornando fácil e conveniente ao longo do tempo. É por isso que o Facebook, assim como a velha escola de colecionar música, a segurança e a tecnologia têm seus pontos em comum:

• Ir a lojas de discos, trocar gravações e escrever cartas longas para revistas de música nos anos 1970 foram a alternativa mais parecida com as redes sociais de hoje em dia. Era nossa forma de comunicação.

• A tecnologia contribuiu muito para a indústria da música. Alguns esforços foram bem sucedidos (CDs, cassetes, longplays), outras nem tanto (Super Audio CDs, Eight-Tracks, Microsoft Zune). Mas a tecnologia amadureceu, e cerca de 100 anos depois do Cilindro Fonográfico de Edison, tornou-se tão conveniente que você realmente não tem que pensar sobre a tecnologia mais. Faz parte da nossa vida e está naturalizada.

• O objetivo de todas essas tecnologias era conseguir melhor qualidade de som e facilitar enormemente todo o processo de comprar e ouvir novas músicas (e ganhar dinheiro também!). A segurança nunca foi o objetivo principal, e, por esta razão que as vezes ocorreram incidentes como o que ocorreu com o meu pai na sua despedida de solteiro. O mesmo ocorre com as redes sociais.

Voltando ao tema das redes sociais. A indústria da “internet” desenvolveu novas tecnologias como o Twitter e o Foursquare com o objetivo de ajudar às pessoas a falar uns com os outros online sobre qualquer tema que quiserem (e ganhar dinheiro é claro!). Assim como ocorreu com a música, isso implicou uma trama de fatores muito complexa. O MySpace (lembra?) era inconveniente para compartilhar fotos e por isso e morreu! Facebook? Bom, compartilhar fotos é muito fácil, mas você ainda tem que pensar em coisas como “eu quero compartilhar toda a minha informação pessoal com amigos e estranhos?”. Por isso, este tipo de tecnologia ainda é infantil.

Quando foram criados os meios para reproduzir música, as redes sociais e os computadores em geral, não foram criados levando em conta a segurança que seria necessária para proteger estas tecnologias e seus donos. No entanto, minha conta do Google, do Facebook ou do iTunes, hoje em dia, é a representação digital mais importante de mim! Perder uma dessas contas seria o equivalente moderno do “incidente da despedida de solteiro” do meu pai e, provavelmente, teria consequências mais devastadoras. A simples idéia de alguém tocar no meu banco de dados de e-mail ou elimine alguma informação minha me dá arrepios.

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Isso é apenas e-mails, sem imagens ou vídeos

No entanto, não seria justo fazer 100% responsáveis somente as empresas de tecnologia totalmente pela segurança dos usuários. Sim, as fitas do meu pai não contavam com uma solução anti-roubo, mas, se alguém roubou seus registros desde sua casa, seria injusto culpar a gravadora ou o fabricante do equipamento, certo? Às vezes, funciona da mesma maneira com os serviços online. Digamos que há uma chance de 10% de que sua identidade digital seja roubada a partir da sua conta do Facebook (honestamente falando, a probabilidadde é muito menor, talvez menos de 1%, mas você me entende). E 80% de chance de que essa mesma informação que está sendo arrancada do seu laptop ou smartphone. O resto (10%) envolve um pouco de ambas as formas. Para manter a sua coleção de música segura instale as melhores soluções de segurança, conte com um sistema de alarme, etc. Mas também selecione cuidadosamente quem você realmente quer convidar para sua “festa”. Mais uma vez, no domínio digital, 99% das ameaças podem ser bloqueada por uma solução de segurança eficiente, e o restante são as ameaças que exigem a sua atenção, seu tempo e conhecimento.

Por último, quero fazer esta observação: Minha coleção de discos (inclusive aqueles que tem mais de 60 ano) está sã e salva. As fitas de cassete continuam sendo horríveis,  exatamente como compre em 1990. Aúnic coisa que perdi foram minhas fotos, e-mails e documentos virtuais que tinha no início dos anos noventa. Não, não foram eles não foram destruídos por um vírus. Perdi eles, porque aprendi o significado da palavra “backup”, só depois que eu comecei a me familiarizar com “MP3”. E esse é um bom tema para o próximo post.

Tradução: Juliana Costa Santos Dias

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