Dicas para manter as crianças seguras online

Conselhos da psicóloga Emma Kenny sobre como manter as crianças seguras online na era digital.

Eles estão mais retraídos e mais silenciosos do que o habitual. Pense bem: estão no celular há algum tempo, mas terminaram o dever de casa horas atrás.

“O que você está fazendo aí?”

Nenhuma resposta.

Você tenta de novo: “Meu bem, o que você está fazendo no celular?”

“Nada! Me deixa em paz!”, é a resposta do seu doce filho.

O que está acontecendo? Eles viram algo que não deveriam ter visto? Alguém está fazendo “bullying” com eles? Você não tem certeza do que está acontecendo, mas sabe que provavelmente tem algo a ver com alguma coisa no dispositivo deles e na Internet. Mas como entender melhor essa questão e resolver esse problema complicado?
O mundo online é repleto de educação, informação e diversão, e, usado corretamente, pode oferecer enormes benefícios a todas as crianças. O problema é que, de acordo com uma pesquisa recente da Kaspersky, os pais brasileiros estão lutando para descobrir qual é a melhor forma de manter seus filhos seguros online, com 93% deles se sentindo preocupados com o que seus filhos(as) podem ser expostos ao navegar na Internet. É um número acima da média mundial, de 82%.

Globalmente, mais de 9 em cada 10 crianças de 7 a 12 anos têm um dispositivo com acesso à internet. Parece que, embora preocupados com as muitas ameaças para crianças online – da exposição a conteúdo sexual e violento à aliciamento infantil – os pais ainda sentem a necessidade de seus filhos terem smartphone. É compreensível que esse crescimento exponencial da tecnologia em nossas vidas modernas tenha deixado os pais inseguros sobre como equilibrar a necessidade de proteger a experiência digital de seus filhos com o acesso à Internet para o básico, como trabalho escolar e socialização com amigos.

Dois em cada três pais brasileiros (66%) concordam que os filhos passam tempo demais conectados, ou seja, além de trocar uma parte de suas infâncias para estar na frente da tela, também são continuamente expostas a diversos riscos.

Tenho dois adolescentes e, à medida que cresceram, tornou-se cada vez mais importante me educar sobre os riscos e responsabilidades de conceder tempo online aos meus filhos – principalmente à medida que a internet evoluía.

Como profissional de psicologia, estou bem ciente dos danos que podem ocorrer a crianças e jovens quando são deixados para navegar no complexo cibermundo sem os devidos aconselhamentos, orientações e supervisões. Entre as famílias, 60% dizem ter passado ou visto um incidente de ameaça à segurança online, com crianças tendo contato com conteúdo sexual ou violento, e crianças viciadas em internet sendo as experiências mais comuns da vida real. Ainda mais assustador, 13% já experimentaram aliciamento de menores online e 14% tiveram identidade e/ou informações roubadas. Com muita frequência, ouvimos falar de situações infelizes em que os jovens confiam em conexões online com informações pessoais e sensíveis apenas para descobrir que o “amigo” era um predador disfarçado.

E não são apenas com os atores intencionalmente maliciosos que os pais precisam se preocupar. Todos os dias, vemos coisas que aumentam a pressão para se adequar a certos padrões de imagem corporal – anúncios com mensagens preocupantes sobre pílulas dietéticas, cirurgias estéticas e muito mais são vistos por crianças muito pequenas, e mesmo que alguns pais também não achem essas mensagens preocupantes, evidências crescentes sugerem que elas afetam a autoestima dos jovens e podem causar distúrbios corporais em crianças.

Li muitas histórias na imprensa sobre crianças que involuntariamente gastaram milhares de dólares em compras em aplicativos sem o conhecimento dos pais -isso mostra que os pais não têm conhecimento sobre os riscos que as crianças enfrentam com tecnologias inteligentes.
Entendo perfeitamente que os pais não querem temer o mundo online; é um campo de informações em massa e uma plataforma democrática para a educação. Como mãe, adoto tudo o que a Web tem para oferecer positivamente a meus filhos, mas também reconheço que, como uma adulta da família, cabe a mim buscar conscientização e conhecimento sobre a melhor forma de monitorar e proteger a experiência online de meus filhos. Precisamos equilibrar a vigilância com a promoção da independência, que é um requisito complexo. Tudo isso não é algo que necessariamente entendemos quando nos tornamos pais, professores ou cuidadores, e é por isso que geralmente procuramos recursos educacionais confiáveis ​​para pais e filhos.

A média de tempo que os pais debatem a segurança online com seus filhos gira em torno de 46 minutos durante toda a infância e, no entanto, esta pesquisa demonstra que os jovens passam muitas horas sem supervisão online total. No Brasil, 63% dos entrevistados disseram que investiram menos de 30 minutos falando sobre o assunto, ou seja, metade do tempo de uma aula escolar padrão.

Pense em todas as outras áreas em que as crianças precisam desenvolver novas habilidades, seja um esporte novo, aprender a ler ou entender como negociar um projeto de arte. Em todos esses casos, elas são ensinadas, aconselhadas, supervisionadas e orientadas para garantir que compreendam completamente o que estão fazendo. Além disso, esse tipo de instrução as acompanha por todo o processo educacional.

Os pais devem adotar uma abordagem semelhante ao mundo online. Isso significa verificar regularmente o comportamento online de seus filhos – o que pode ser tão simples quanto perguntar o que ele faz online, discutir suas experiências positivas e negativas. Também é essencial conhecer o tipo de coisas a que estão sendo expostos, para que possa informá-los e protegê-los completamente.

Penso no meu mundo online da mesma maneira que no físico. Em minha casa, tenho muitas medidas de segurança, desde janelas que travam até um sistema de alarme que me avisa caso minha casa seja ameaçada, porque quero manter meus filhos em segurança. Sei que, mesmo que meus filhos estejam em segurança em seus quartos, podem ser expostos a vários perigos online – a menos que eu possua um sistema de cibersegurança altamente eficaz que ofereça recursos como filtragem de conteúdo, controle de uso de aplicativos e alertas em tempo real.

Nenhum pai quer que seu filho seja vítima de phishing, doxing, bullying ou outro comportamento predatório, e é por isso que protegê-lo da melhor forma possível contra ameaças e exploração online é fundamental. Isso exige uma combinação de monitoramento dos pais e softwares, como o Kaspersky Safe Kids. Essa tecnologia significa que você pode gerenciar o tempo dos seus filhos online e monitorar os aplicativos utilizados, e ainda receberá notificações sobre as atividade no Facebook, o que significa que você verá quaisquer novas conexões.
Às vezes, as crianças se veem escolhidas pelos trolls simplesmente por comentar em um post de mídia social, então pode ser realmente útil acompanhar as interações que elas têm online.

A Kaspersky garante que os sites adultos sejam bloqueados, o que significa que seus filhos não serão submetidos a material inadequado para a idade, e trabalhamos próximos com especialistas em psicologia para obter as informações necessárias para você se sentir preparado para conversar com seus filhos sobre os perigos online. O setor de cibersegurança não sabe necessariamente tudo sobre a parentalidade, portanto essa parte para mim é vital.

Mas, às vezes, apenas o software não é suficiente. Você pode perceber uma mudança no comportamento do seu filho quando ele navega sozinho, por exemplo. Mesmo com soluções de proteção implementadas, nada supera a comunicação cara a cara quando se trata de educar seus filhos. Portanto, mesmo que você use esses tipos de soluções de cibersegurança, isso não significa que você não deva discutir o comportamento e a exposição dele na internet regularmente.

Se você perceber que seu filho parece mais quieto que o normal, ou irritado após passar um tempo online (ou com seu dispositivo), pode ser que ele tenha tido uma experiência negativa online e é melhor começar um diálogo.

O que é fantástico nesse tipo de comunicação aberta é que você identifica riscos e problemas antes que eles saiam do controle e, ao mesmo tempo, transmite aos seus filhos uma mensagem direta sobre o quanto os valoriza.

A educação é poder e, como pais, é nosso dever garantir a segurança de nossos filhos no mundo físico e cibernético. Se você levar a sério a questão da cibersegurança, eles também o farão, o que significa que podem aproveitar suas vidas online sem medo e se transformar em adolescentes e jovens adultos com um entendimento de “Netiqueta”.

No Brasil, a esmagadora maioria dos pais (95,5%) acredita que eles próprios têm melhores condições de fazer isso, já que, em geral, as crianças confiam mais neles.

É realmente a hora de agir se queremos oferecer a nossos filhos o futuro feliz, saudável e ciberseguro que eles inquestionavelmente merecem.

Dicas para manter as crianças seguras online

Aqui estão minhas principais dicas para ajudar seus filhos a se manterem seguros online:

  • Naveguem juntos. Entender onde seu filho passa o tempo online significa que você pode traçar melhores estratégias para mantê-lo seguro e ter conversas mais significativas sobre suas atividades. Ao passar um tempo online juntos, jogando e assim por diante, vocês podem aprender um com o outro.
  • Mantenha os dispositivos acessíveis aos olhos. Em vez de permitir que seus filhos desbravem a internet do quarto, mantenha dispositivos nas áreas comuns para ajudá-lo a se manter atualizado sobre possíveis problemas. Bônus: as crianças vão se policiar, porque sabem que você está lá.
  • Use uma tecnologia de busca segura, como Kaspersky Safe Kids, para ter uma sensação de tranquilidade quando você não estiver por perto para monitorar pessoalmente a navegação online de seu filho
  • Limite o tempo online. As crianças precisam de limites; portanto, combine a quantidade de tempo que podem passar online e faça que cumpram. As crianças precisam de um equilíbrio de atividades para desfrutar de uma infância saudável. A maioria dos sistemas operacionais permite que você defina a atividade online em um cronômetro.
  • Ensine as crianças a bloquear e denunciar quando virem ou experimentarem algo problemático online. Isso ajuda a criar boas práticas comportamentais online e permite que seu filho se sinta em controle.
  • Compartilhe de forma responsável. Ensine seu filho a agir online como se estivesse offline. Se eles não enviam, compartilham ou dizem algo no mundo físico, não devem fazê-lo online
  • Converse regularmente com seu filho para discutir as experiências online. Isso significa verificar suas dúvidas e estar aberto às preocupações que eles trazem para você. Crie uma estratégia de comunicação na qual eles entendam que podem falar com você sempre que se sentirem inseguros.
  • Não julgue! De tempos em tempos, as crianças podem fazer besteiras online e a maneira como você reage pode ter um impacto muito grande. Em vez de ficar com raiva, ajude-os a descobrir o que podem fazer melhor na próxima vez e monitore para garantir que a lição foi aprendida.
  • Seja sincero com seus filhos sobre como as informações que você coloca online podem permanecer ali pelo resto da vida. Fale sobre as consequências de as fotos serem vistas por um professor ou avô, ou quando forem mais velhas e estiverem trabalhando em uma importante carreira. Ajude-os a perceber a relação entre ações e consequências.
  • Converse diariamente! Todos os dias, gaste dez minutos antes de dormir discutindo o dia dos seus filhos, incluindo a atividade online. Peça-lhes para discutir algo positivo e negativo que encontraram online. Isso normaliza a conversa e contribui para uma abordagem de cibersegurança – e depois de pouco tempo, vai parecer natural realizar essa vigilância.
  • Eduque-se! Ao entender o mundo cibernético, você se sentirá mais confiante conversando com seus filhos sobre isso. Aproveite o tempo para ler sobre tendências, jogos e canais emergentes para compreender como eles podem afetar a atividade on-line de seu filho.

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