O Estado Atual e o Crescimento Futuro do Setor de TI da América Latina

Qual a situação dos recursos humanos técnicos na América Latina? Historicamente, as universidades têm sido os celeiros de desenvolvedores de software, e nesse nicho de mercado acontece uma disputa difícil

Qual a situação dos recursos humanos técnicos na América Latina?

Historicamente, as universidades têm sido os celeiros de desenvolvedores de software, e nesse nicho de mercado acontece uma disputa difícil entre os que querem conquistar o título de ser o melhor do setor. Alguns países, como o Equador, vêm se destacando no desenvolvimento de software, onde o nível técnico dos especialistas somado aos seus salários está em um ótimo patamar. Porém, ainda há uma grande lacuna no campo de segurança de informações, por isso existem tantas vagas para especialistas. Devido a este vazio, às vezes é difícil encontrar especialistas na área.

Qual a sua opinião sobre o nível de educação técnica na América Latina?

A resposta depende do país. Em alguns lugares, o ensino de TI tem um nível elevado. Eles incluem Brasil, Chile, México e Equador. Em minha opinião, o país com o melhor potencial neste campo é a Argentina.

O que você tem a dizer a respeito dos empregadores do setor de TI? Quais as principais empresas da região?

Uma das maiores empresas seria a Intel, que possui sua unidade de fabricação de processadores na Costa Rica. Existem também várias empresas de antivírus com escritórios locais no México, no Brasil, na Argentina e no Chile. E, é claro, não podemos nos esquecer da Microsoft, que também está presente na maioria dos países regionais.

Está ocorrendo a chamada “fuga de cérebros” para os EUA e outros países?

Às vezes, infelizmente, isso é uma realidade. Esse problema acontece por duas razões: primeiro, porque são oferecidos salários maiores para funcionários altamente qualificados nos Estados Unidos, e segundo porque, em alguns casos, os profissionais jovens não podem aproveitar completamente todo o seu potencial em sua região. Às vezes isso acontece porque eles têm de trabalhar com autoridades do alto escalão que não oferecem o suporte que necessitam, ou porque simplesmente o mercado ainda não está pronto para aceitar um especialista em segurança de informações. Algumas empresas ainda não possuem esses cargos disponíveis para os desenvolvedores.

Nas maiores empresas da América Latina ocorre o problema de os desenvolvedores saírem para abrirem seus próprios negócios?

No mercado interno da América Latina, esse problema não existe. Isso se deve à infraestrutura e à mentalidade da região. O problema de fato ocorre somente quando os estagiários se mudam para os EUA e têm a oportunidade de abrir sua própria empresa. A proporção desses especialistas, no entanto, é muito baixa, e a maioria dos jovens especialistas está trabalhando na região.

O que você tem a dizer sobre a Kaspersky Lab como empregadora na região?

Eu acho que nossa empresa é uma das melhores para os profissionais da indústria. Em primeiro lugar, temos provado que somos melhores que outras no setor de inovação e tecnologia em geral. Em segundo lugar, as pessoas da região sabem que as empresas russas geralmente funcionam em um nível muito alto.

A Kaspersky Lab iniciou apenas recentemente seu desenvolvimento na região e atualmente possui equipes técnicas nos países estratégicos mais importantes. Minha equipe tem pessoas trabalhando no Equador, no México, no Brasil e na Argentina. Sei que em outros departamentos também existem especialistas técnicos na Colômbia. Espero muito que o desenvolvimento na região continue e que novas vagas sejam abertas.

Qual a função do estágio para os universitários? Que conselho você daria para aqueles que estão procurando estágio?

Os estagiários são muito importantes porque ajudam os jovens especialistas a colocar em prática o que aprenderam nos livros. Portanto, o programa de estágio em uma empresa é muito importante! Eu acho ótimo que os estagiários procurem vagas em empresas grandes porque elas oferecem a possibilidade de eles se comunicarem com os melhores especialistas, além de eventualmente fazerem carreira quando apresentam bons desempenhos e resultados.

Meu conselho: não tenham receio e não pensem que existem muitas pessoas melhores que você. Trabalhe duro e conheça seu nível e o que precisa fazer para se tornar o melhor profissional possível. Além disso, as redes sociais, como o Twitter e o LinkedIn, são muito úteis na hora de encontrar um estágio.

Em geral, o que você aconselha aos formados para que eles tenham sucesso no momento de procurarem um emprego?

Diferencie-se das demais pessoas. Tente trabalhar não por dinheiro, mas pela troca de ideias e experiências. É necessário estudar constantemente e fazer tudo o que você pode para se tornar um verdadeiro especialista, aquela pessoa que pode solucionar quase todas as tarefas, até mesmo as mais inusitadas. Isso pode ser realmente útil, mesmo agora para um estudante que deseja começar a escrever um blog e publicar descobertas interessantes. Dessa forma, a comunidade de especialistas renomados pode observá-lo e tomar conhecimento da qualidade do seu trabalho. A indústria não precisa somente de formados, ela precisa de pessoas inteligentes e talentosas. Você está com a faca e o queijo nas mãos!

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