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http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2015/07/pesquisa-no-google-e-smartphones-estao-destruindo-memoria-das-pessoas-diz-estudo.html


Com a informação facilmente acessível pelo toque de um dedo, o uso de dispositivos digitais torna-se bastante natural. Em um mundo cada vez mais conectado, as pessoas têm muitos números de telefone, endereços, tarefas e eventos em seu calendário, nomes de usuário, senhas, códigos PIN e assim por diante. Mas isso pode ser perigoso. Levantamento realizado no Reino Unido mostrou que as pessoas estão sofrendo uma espécie de 'amnésia digital', à medida que dependem excessivamente do Google e dos celulares e acabam não retendo informações básicas em suas memórias.

O estudo foi realizado pela empresa Kaspersky Lab e mostra que 49% dos adultos conectados não conseguiu recordar o número de telefone do parceiro, enquanto 71% não se lembrava do contato de seus filhos. Foram entrevistados 6 mil adultos. Mais da metade dos entrevistados de 16 a 24 anos dependem totalmente de seus smartphones para tudo que precisam saber ou se lembrar. Abaixo, confira conclusões da pesquisa que mais chamam atenção:

  • 71% dos consumidores conectados do Reino Unido não se lembram do número de telefone de seus filhos
  • 87% não sabe o telefone da escola de seus filhos
  • 57% não sabe o telefone dos escritórios onde trabalham
  • 49% não sabe o telefone de seus cônjuges
  • 47% não se lembram do telefone da casa de sua família. Mas 47% se lembram do número das casas onde moraram com entre 10 e 15 anos

Muitos pesquisadores dizem que quando uma pessoa armazena uma informação em algo externo à sua memória, é indiretamente um incentivo para que a mente dela apague essa informação. Mas a atitude a longo prazo pode trazer consequências.

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"Nós precisamos entender as consequências de longo prazo sobre como nós nos lembramos dos fatos e como protegemos essas memórias e lembranças", afirmou David Emm, pesquisador que coordenou o estudo, ao site The Telegraph. "Os números de telefone das pessoas que mais importam para nós estão agora a apenas um clique de distância - por isso, ninguém se preocupa em memorizá-los".

A especialista Kathryn Mills, do Institudo de Neurociência Cognitiva da University College London, comparou o acesso à internet à chegada da eletricidade e água encanada em muitas sociedades. "O ato de esquecimento não é, em si, uma coisa ruim. Somos criaturas adaptáveis ​​e não nos lembramos de tudo porque não é uma vantagem para um humano fazer isso", disse. "Mas esquecer atrapalha quando isso significa perder informações de que precisamos nos lembrar".

Kathryn acredita que a profunda confiança que depositamos em nossos dispositivos conectados é o que tem ajudado a desencadear a menor importância na retenção de informação.

Um estudo divulgado pela Microsoft no início do ano constatou que o tempo médio da atenção humana caiu de 12 segundos em 2000, época em que começou a revolução móvel, para oito segundos. Mostrou que consumidores que tinham contato maior com mídia digital e tornavam-se facilmente adeptos da tecnologia lutavam mais para manter a atenção em ambientes onde isso fosse algo exigido.

Revista Época NEGÓCIOS: Pesquisa no Google e smartphones estão destruindo a memória das pessoas, diz estudo

Com a informação facilmente acessível pelo toque de um dedo, o uso de dispositivos digitais torna-se bastante natural.
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