O estado do uso e da segurança dos pagamentos digitais na América Latina

Na Kaspersky, perguntamos aos latino-americanos como estão usando os aplicativos bancários e o status de sua segurança digital, para termos uma visão atualizada.

Para muitas pessoas, pagamentos online, aplicativos bancários e carteiras digitais já fazem parte de suas ferramentas financeiras habituais, especialmente após o lockdown sanitário. No entanto, apesar do avanço da tecnologia, alguns usuários ainda relutam em adotar essas práticas. Na Kaspersky, perguntamos aos latino-americanos como eles estão usando esses serviços e o estado de sua segurança digital para obter um panorama atualizado.

Sabe-se que durante a pandemia da Covid-19, muitas instituições, empresas e organizações migraram para a virtualidade, digitalizando seus sistemas e processos. Nesse contexto, a área de pagamentos digitais foi uma das que sofreram uma grande transformação, de modo a continuar entregando seus serviços financeiros de forma normal, eficiente e rápida.

Desta forma e para cumprir as normas sanitárias e de confinamento, comprar alimentos e roupas, pagar contas, adquirir materiais domésticos e fazer envios bancários, entre outras atividades, passou-se a exigir algum tipo de pagamento digital. Foi assim que os usuários de bancos tiveram de se habituar às plataformas virtuais e ferramentas que os mesmos lhes disponibilizaram para responder a estas novas condições.

Após o lockdown, muitas pessoas decidiram manter permanentemente suas formas de pagamentos e transações digitais. Diante desse quadro, a segurança digital também se tornou um tema de interesse para a Kaspersky, e por isso esta pesquisa, além de saber como e quando esses serviços estão sendo utilizados, também busca conhecer os incidentes, ameaças, consequências e ações que os usuários latino-americanos estão tomando em situações de perigo.

Metodologia

O estudo quantitativo foi realizado pela consultoria de mercado CORPA entre setembro e outubro de 2022. A pesquisa foi realizada com usuários de dispositivos móveis e bancos digitais de nove países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Panamá, Guatemala e Costa Rica.

Foram entrevistadas 2.894 pessoas entre 25 e 65 anos. A amostra foi distribuída proporcionalmente nos segmentos sexo (homens e mulheres), idade (20-35 anos, 36-50 anos, 51-65 anos) e grupo socioeconômico (C1C2, C3D). Os dados foram revisados para serem representativos e consistentes em nível regional. Nem todos os resultados da pesquisa estão incluídos neste relatório executivo.

Principais achados do estudo:

Adoção

–  Nos dispositivos mais utilizados para pagamento digital, em todos os países, o Android/smartphone pessoal é o mais utilizado, seguido de notebook/computador pessoal. Enquanto isso, o menos utilizado corresponde aos computadores públicos.

–  O método de pagamento mais utilizado em todos os países corresponde ao banco online por meio de dispositivos móveis, enquanto o método menos utilizado foi o cheque.

–  A razão mais comum para usar o internet banking para todos os países é:

  • “É conveniente – disponível 24 horas, quando e onde quiser.”
  • Seguido de “Fácil de navegar e gerenciar informações financeiras”.
  • O motivo menos escolhido por todos os países é: “Melhores taxas são oferecidas – menor taxa de serviço, cashbacks, reembolsos, etc.”. Com exceção do Brasil, onde “o banco online e a carteira digital oferecem maior privacidade do que as transações presenciais” foi o motivo menos escolhido.

Pagamentos digitais e Covid 19

–  Guatemala (50%), Panamá (46%) e Peru (41%) foram os países onde um percentual maior indicou que começou a usar serviços de internet banking durante a pandemia.

– O país com o menor percentual de pessoas que relataram ter começado a usar esses serviços durante a pandemia foi o Chile (16%).

–  Em relação às reservas para bancos online e carteiras digitais, 49% dos chilenos não tinham reservas e as acolheram no momento em que estavam disponíveis. É seguido por brasileiros (40%) e argentinos (46%).

– Por outro lado, no Peru (48%), Colômbia (39%), México (43%), Panamá (47%), Guatemala (50%) e Costa Rica (43%) a principal reserva foi: “Tenho medo de compartilhar meus dados financeiros online”.

– Em todos os países, a razão para usar o banco digital pós-pandemia corresponde a “É mais seguro e conveniente do que as transações presenciais, especialmente durante a Covid”.

– A afirmação que gerou mais concordância foi “Estou igualmente preocupado com meu dinheiro, seja transacionando offline ou online”.

– Nas ocasiões de uso de bancos e carteira digital, no Chile (65%), Peru (66%), México (64%), Argentina (60%) e Panamá (63%) a principal ocasião foi de transferências de dinheiro online para familiares, amigos, escolas, escritórios governamentais, entre outros. Para o Brasil (68%), Argentina (74%), Guatemala (78%) e Costa Rica (73%) lideraram o pagamento de contas como cartões de crédito, serviços públicos, contas domésticas, gasolina, etc.

–  Sobre o uso do banco online pós-lockdown, a opção preferida transversalmente foi: “Sim, continuei a usar serviços de internet banking e carteira digital mesmo depois que terminou em confinamento”, atingindo mais de 90% em todos os países.

– Em relação à experiência de pagamento online, a opção preferida para todos os países foi “É conveniente. Poupa-me tempo e dinheiro”, com percentagens superiores a 55% em todos os países consultados.

– Para o critério de escolha do provedor, o mais utilizado corresponde ao que tem relação com oferecer segurança adicional – impressão digital, autenticação de dois fatores.

– A maioria dos países concorda que os bancos e as empresas de carteira móvel podem educar mais sobre ameaças on-line.

–  A afirmação “Estou mais preocupado que o aplicativo pare ou que minha internet não funcione do que com as ameaças online contra pagamentos digitais” gerou acordo na maioria dos países, exceto pelo empate na Argentina.

Segurança

– Golpes online e ataques de phishing são as ameaças mais reconhecidas contra aplicativos bancários em todos os países. Por outro lado, QR codes falsos e dados na dark web são os menos reconhecidos.

– Golpes por chamadas ou mensagem de texto, pelo uso de aplicativos de bancos, são o tipo de ameaça mais reconhecida em todos os países.

– Chile (65%) e Argentina (62%) são os países que menos incidentes tiveram devido ao uso de serviços bancários online. Por outro lado, México (47%) e Colômbia (47%) são os países com mais incidentes.

–  Chile (92%) e Argentina (92%) são os países que menos sofreram perdas devido a ameaças. Por outro lado, México (20%) e Guatemala (20%) são os países que mais sofreram perdas.

–  “Chamadas para o banco e/ou empresas de carteira móvel” e “Alterar senhas e outras configurações de segurança do meu banco” são as ações mais realizadas em todos os países.

– Como resultado de experiências ruins, os entrevistados concordam que se tornaram mais atentos em relação às transações online.

Pagamentos Digitais e Empresas

– ” Pequenas e médias empresas devem começar a usar aplicativos de pagamento digital como carteiras eletrônicas” é a afirmação com a qual todos os países concordam.

– Mais de 85% dos utilizadores esperam que as PME adotem serviços de pagamento online. 31% dizem que só compram de vendedores que oferecem a opção de pagamento online. Chile e Brasil se destacam nessa decisão, acima de 40%. Mais de 65% dizem que não comprariam de uma empresa que não tenha essa alternativa.

– Mais de 60% esperam que esses recursos de segurança estejam presentes em carteiras móveis ou aplicativos bancários existentes.

– Em termos de proteção contra ameaças financeiras, o uso de notebook dedicado para transações financeiras online é o tipo de proteção menos utilizado em todos os países. Por outro lado, apenas baixar aplicativos de lojas oficiais é a medida de proteção mais utilizada.

– Todos os países mencionam que “O software antivírus é necessário para proteger meu dinheiro e dados online, mas também usar outro software ou serviço”, com o Brasil (56%) sendo o país mais consistente.

– “Golpes que usam deepfakes” é a tecnologia futura que os países mais temem.

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