Empresa de segurança deu consultoria para que jogo não fizesse interpretações incorretas
Empresa de segurança deu consultoria para que jogo não fizesse interpretações incorretas
Uma equipe de especialistas da Kaspersky Lab foi consultada pelos desenvolvedores do jogo de ação–aventura Watch Dogs, lançado mundialmente em 27 de maio pela Ubisoft. O objetivo dessa cooperação é evitar um alarde excessivo ou uma interpretação incorreta do domínio cibernético e fazer os cenários teóricos virtuais do jogo serem os mais autênticos possíveis, tanto no decorrer do game quanto no desenvolvimento dos personagens e do enredo.
O Watch Dogs conta a história de Aiden Pearce, um hacker brilhante cujo passado criminoso resultou em uma violenta tragédia familiar. Na caça por aqueles que agrediram sua família, os jogadores poderão monitorar e atacar seus inimigos manipulando tudo o que está conectado ao sistema operacional central da cidade (ctOS). No Watch Dogs, o jogador pode usar a cidade de Chicago como arma fundamental para impor sua própria marca de vingança.
A equipe de desenvolvimento do Watch Dogs entrou em contato com os especialistas em segurança da Kaspersky Lab no início de 2013, logo depois de publicar um amplo documento sobre a campanha de espionagem virtual intitulada Red October. O Red October consistia em um avançado kit de ferramentas de espionagem virtual capaz de roubar dados de sistemas de computadores, coletar informações de smartphones, gravar áudio de sistemas com microfones e invadir transmissões de webcams, e carregar tudo isso em um servidor. Naquela ocasião, com a maior parte do roteiro do Watch Dogs já concluída, os desenvolvedores trabalhavam apenas no acabamento para torná-lo mais realista.
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A Kaspersky Lab entrou em campo, dando consultoria técnica e recomendações sobre o que consideravam preciso e o que poderia ser ajustado, editado ou alterado para tornar a jogabilidade e o desenvolvimento do enredo tecnicamente mais autênticos.
Sobre a consultoria para a Ubisoft referente ao Watch Dogs, Vitaly Kamluk, principal pesquisador de segurança da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky Lab, comentou que o jogo transmite bem o que pode acontecer se o controle dos sistemas cair nas mãos erradas.
— Você mesmo pode se apossar do controle e ver como isso causa dificuldades para as pessoas ao seu redor. É possível ser radical e transformar a cidade em um caos. Suas ações podem até mesmo machucar ou matar pessoas.
Por exemplo, a maioria dos golpes do jogo consistem no comprometimento de sistemas automatizados de controle. Essa é uma tendência relativamente nova iniciada anos atrás com o surgimento do worm Stuxnet, que atacou sistemas de controle industrial em instalação nuclear iranianas. Ele foi um exemplo de como um programa de computador pode transgredir as regras no mundo real – o Stuxnet danificou equipamentos físicos de verdade. E o mesmo pode acontecer no Watch Dogs.
— Embora alguns golpes sejam muito semelhantes aos que ocorrem no mundo real, felizmente, tudo é apenas uma simulação! É fundamental entender que o Watch Dogs não ensina como ser um hacker. Pelo contrário, ele mostra o poder que as ferramentas dos hackers podem ter.
Vitaly afirma que espera que o jogo faça as pessoas pensarem sobre a segurança dos sistemas operacionais das cidades do futuro, que "precisa ser levada muito a sério".
O diretor de conteúdo de marcas da Ubisoft, Thomas Geffroyd, disse que o trabalho com a empresa de segurança cibernética ajudou a consolidar a autenticidade técnica do jogo.
— Tínhamos tomado algumas liberdades para tornar o jogo divertido, e Vitaly e sua equipe nos aconselharam sobre os parâmetros de inclusão desse conteúdo em videogame.
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