Internauta brasileiro sofre 22 ataques por segundo

Pirataria do Windows e malware que exibe propaganda invasiva são os principais golpes usados pelos cibercriminosos na América Latina 

Fabio Assolini, GREAT

IGUAZU, Argentina – Dados da Kaspersky referentes ao período de julho de 2018 a julho de 2019 mostram que 45 tentativas de infecção são bloqueadas a cada segundo na América Latina. As principais ameaças são infecções realizadas durante a instalação de software de pirataria (crackers) do Windows de 64 bits e adware que inundam o usuário com propagandas invasivas durante a navegação.

Fabio Assolini, pesquisador-sênior do GReAT: Brasil também é líder em phishing

Durante a semana de cibersegurança que acontece aqui na Argentina, os analistas de segurança da empresa ainda listaram os países com mais tentativas de ataques na região. O líder é o Brasil, seguido pelo México – que ainda são, respectivamente, 7º e 11º colocados no ranking global com os 20 países mais atacados em nível mundial. As estatísticas fazem parte do recente levantamento “Panorama de Ciberameaças na América Latina” e engloba as detecções realizadas pelos produtos Kaspersky por meio do serviço de nuvem Kaspersky Security Network.

Ainda de acordo com este relatório, um terço dos ataques de rede bloqueados na América Latina exploram vulnerabilidades no protocolo de comunicação SMB – usado, por exemplo, na comunicação entre computador e servidores.

O mais curioso nos ataques de malware que exploram o SMB é que 66% utilizam a mesma vulnerabilidade do WannaCry. Para Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, isso mostra que toda a repercussão em torno das paralisações de hospitais, serviços de transporte coletivos e empresas não foi suficiente para conscientizar usuários e corporações da importância da atualização constante de sistemas e programas.

Ainda em relação às vulnerabilidades em sistemas, a Kaspersky levantou também quais os softwares mais desatualizados na região e verificou que o Java lidera a lista. “Muitas empresas mantém o Java desatualizado, pois existem soluções específicas como softwares contábeis que param de funcionar com as versões mais recentes. Outro problema é este programa não fazer a remoção automática da versão antiga quando o usuário faz a atualização, deixando o computador vulnerável”, explica Assolini.

Principais ameaças na América Latina nos últimos 12 meses

Além disso, o Windows 7, cujo suporte oficial acaba em janeiro de 2020, ainda é utilizado por quase 30% dos usuários na região -um número expressivo. Mesmo o MacOS, considerado seguro, sofreu 500 mil tentativas de ataque nos últimos 12 meses -crescimento de 53% sobre o período anterior.

Malware móvel e phishing

Mas malware não é a única ameaça para os latinos. No mesmo período, a empresa bloqueou ainda 92 milhões de acessos a sites falsos gerados por mensagens de phishing – crescimento de 33% com relação ao período anterior. A cada segundo, os produtos da Kaspersky impedem que três pessoas caiam em mensagens de phishing na região.

O ranking mundial dos ataques de phishing é liderado pelo Brasil, seguido pela Venezuela. Dos países latino-americanos, ainda estão presentes Chile (7º), Equador (8º), Guatemala (10º), Panamá (11º), Honduras (12º), México (13º) e Argentina (14º). “Em 2018 havia 6 países da região em nossa lista global e hoje há três novos. Isso mostra o quanto o phishing é tendência crescente na região”, alerta o analista da Kaspersky.

Por fim, o estudo revelou que os usuários de smartphones latinos receberam 6,2 tentativas de ataque de malware móvel por minuto no período entre julho de 2018 e julho de 2019. Entre os países mais atacados na região estão Brasil (6º no ranking global), México (9º), Colômbia (22º), Perú (37), Chile (38º), Equador (41º) e Argentina (46º).

“No mundo móvel a maior ameaça são os adware – quase metade dos top10 malware móveis são deste tipo. São apps que, quando instalados no celular, mostram propaganda. Isso mostra não haver nada “grátis” no mundo digital, pois esses programas ganham dinheiro exibindo de forma agressiva anúncios ao usuário”, aponta Assolini.

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